quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Super concordo

Não resisti. Li esse post e fiquei imaginando a quantidade de pessoas que se encaixam nesse perfil de pessoas: as que ACHAM que sabem demais. Informação é tudo na vida, mas a gente tem que ter coerência e saber o que podemos pegar pra gente e o que merece ser jogado fora. Por isso, super recomendo esse post da Ticcia, que está logo abaixo:
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Sobre falar merda
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Por que diabos todo mundo acha que pode ter uma opinião sobre tudo, mesmo sobre aquilo que não tem um mínimo conhecimento a respeito? Já notaram? Está lá um grupo conversando sobre os mais diversos assuntos, de tarot a física quântica, de hemorróidas a Kant e todo mundo acha muito normal dizer “bem, eu acho que...”. Por outro lado é cada vez mais raro que alguém diga “eu não faço a mínima idéia sobre isso, nunca li nada”. Sim, claro, tem a experiência de vida, que pode servir pra muita coisa, concordo. Mas experiência de vida vale para questões outras, muito mais subjetivas. Quando estamos diante de realidade objetiva, a coisa muda e conhecimento é indispensável.
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Deve estar lá, em algum canto do nosso ser, que hoje, com o acesso muito mais fácil à informação, todo mundo sabe sobre quase tudo. Ou melhor: que todo mundo DEVE saber sobre tudo. Parece implícito que todos somos um cabedal de conhecimento sobre o que quer que seja. Está aí São Google que nos salva, a Wikipédia que nos proteje. Mas caras, não é assim. Cada vez mais irritante isso de “eu soube”, “eu li”, “eu vi esses dias”. Viu onde, meu filho? Leu onde? Soube como? Na maioria das vezes as pessoas não têm a mínima idéia de onde tiraram aquilo, estão ali falando merda e achando que os outros estão engolindo (perdão pela péssima imagem). Gente que nem jornal lê (nem vou falar do resto) se acha no direito de ter opinião.
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Desculpem-me os pseudo-democratas libertários de plantão, mas opinião tem quem sabe o que está dizendo, quem leu, se informou, cotejou com seu espiritozinho crítico e chegou a uma conclusão. Quem pegou de orelhada um comentário de um vizinho não tem opinião nenhuma. Tem chute, merda, bobagem, imbecilidade, discurso repetido que nem sabe a quem serve. Quequié isso, meu deus. E o pior! Se acham no direito de, no achômetro, discutir. “Ah, mas eu acho que...” E ainda argumentam! Incrível! De economia a culinária, de dermatite a pedagogia, de psicanálise a mercado financeiro e automóveis em geral, todo mundo acha que tem opinião. Mas pelamordedeus, vamos ler e nos informar, meus amigos. Ou não. Mas fiquemos avisados que algumas pessoas sabem que estamos falando merda. Quase todo tempo.
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Para quem também se irrita muito com isso, recomendamos "Sobre Falar Merda" (ed. Intrínseca, 68 págs), Harry G. Frakfurt.

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