Quase todo dia eu compro alguma coisa, mesmo não tendo um motivo claro. Agora a pouco, por exemplo, passei na porta da papelaria, entrei e acabei levando uma caneta. Eu estava precisando da caneta? Não. Mas gostei e comprei. Por alguns minutos eu fiquei feliz pela minha mais nova compra, mas é certo que amanhã essa caneta já não terá a mesma importância pra mim.
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Foi aí que lembrei do livro que estou lendo: A felicidade paradoxal, do Gilles Lipovetsky. Ele trata da sociedade de hiperconsumo, termo cunhado por ele para classificar a forma como as pessoas atualmente se relacionam com o próprio consumo. Podemos comprar muita coisa que nos traz uma felicidade temporária. No entanto, a felicidade, em seu estado pleno, não pode ser comprada, o que faz com que sua conquista acabe sendo um grande paradoxo na vida de todos nós, hiperconsumidores.
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Com isso, sempre caímos na mesma armadilha: se não dá pra termos a felicidade plena que tenhamos pelo menos a temporária, do jeitinho que Lipovetsky diz que "quando o mundo não te ama você vai às compras". Verdade pura e absoluta.
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Agora, quem parece alcançar a felicidade - adquirida pelo próprio consumo - é a Kate, do Obsessive Consumption, onde ela mostra suas compras diárias e ainda consegue rir da sua própria condição de consumista assumida. Quando crescer quero ser assim.
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E pegando onda no blog da kate eu pergunto: E você, o que comprou hoje? =)
2 comentários:
Nossa, Nêgo, mas vc está culto lendo Lipovetsky, hein!! Gostei de ver! E aproveito para sugerir mais dois livros dele que são ótimos, e além de falar um pouco do consumo, falam da moda e dos assuntos que a cercam: "O Império do Efêmero" e "O Luxo Eterno - Da Idade do Sagrado ao Tempo das Marcas". Vale a pena! Bjos e tb torço muito por vc! :-))
Ah, hj infelizmente não comprei nada... estou guardando pra me nogar no bazar do Reinaldo!!
Bjos, Ju
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